A construção do Novo Aeroporto Internacional de Luanda (NAIL) está atualmente nos 60% e deverá estar concluída até março de 2020, caso não voltem a surgir constrangimentos de ordem financeira, alertou a empresa que fiscaliza os trabalhos. A informação, prestada pelo diretor-geral da Mace Group, surge numa nota do Ministério dos Transportes de Angola, a que a Lusa teve esta terça-feira acesso e que refere que a torre de controlo do novo aeroporto é a que está mais adiantada, com uma construção a 91% do previsto, “faltando apenas a instalação dos equipamentos de controlo aeronáutico”.
“A conclusão está prevista para o fim do primeiro trimestre de 2020, dependendo de possíveis constrangimentos financeiros que, para nós, são impossíveis de prever”, refere Rodrigo Januário, na informação prestada pelo Ministério dos Transportes.
Em outubro de 2017, após uma visita realizada pelo Presidente angolano, João Lourenço, foi anunciado que o NAIL, em construção nos arredores de Luanda desde 2004, por empreiteiros chineses, só deverá iniciar operação em 2019, um atraso de dois anos face à previsão anterior, justificado com dificuldades financeiras.
Trata-se de uma obra avaliada em mais de 5.500 milhões de euros, em edificação na comuna do Bom Jesus, no município de Icolo e Bengo, a 30 quilómetros de Luanda, e já em janeiro último foi apontada a necessidade de mais 24 meses de obras, até à sua conclusão, pelo ministro dos Transportes, Augusto Tomás. Segundo o diretor-geral da Mace Group, a pista norte do novo aeroporto está com um grau de execução de 66%, a pista sul com 56% e a placa central para acesso das aeronaves ao terminal está executada em 58%.
No terminal principal está concluída a estrutura de betão armado e a estrutura metálica da cobertura, assim como a totalidade das fachadas e decorrem neste momento trabalhos de instalações elétricas, ar condicionado e redes de águas e esgotos, num grau de execução total de 47%. Rodrigo Januário avançou na mesma informação que está em curso a construção da Estação de Radar de Controlo de Tráfego Aéreo e da Estação de Radar de Meteorologia.
O Governo angolano prevê que o Novo Aeroporto Internacional de Luanda poderá acolher até 15 milhões de passageiros por ano, sendo 10 milhões do tráfego internacional e 5 milhões entre o tráfego nacional. Problemas de ordem financeira, técnica e operacional têm vindo condicionar o decurso da empreitada e obrigaram à substituição do empreiteiro, com garantia de financiamento para a execução dos trabalhos.
O projeto é financiado por fundos chineses englobados na linha de crédito aberta por Pequim para permitir a reconstrução de Angola, depois de terminado um período de três décadas de guerra civil.