A construção, em curso, do Novo Aeroporto Internacional de Luanda (NAIL) vai envolver um programa de obras e intervenções nos acessos viários avaliado em 692,7 milhões de dólares (650,4 milhões de euros).
Acessos ao novo aeroporto de Luanda voltam a ter luz verde e custam 650MEuro
A informação consta de um despacho assinado pelo Presidente angolano, autorizando a proposta de adjudicação deste programa de obras, financiado por linhas de crédito da China e realizado por empresas chinesas, mas com a subcontratação de empresas angolanas, lê-se no documento, de 14 de novembro e ao qual a Lusa teve hoje acesso.
Um outro conjunto de obras para garantir o acesso viário ao NAIL tinha sido adjudicado e depois revogado pelo Presidente angolano, em outubro.
Entre as obras agora previstas conta-se o estudo e reabilitação do eixo estruturante Via Expressa Cabolongo/Cacuaco e outros nós, no valor global de 221,8 milhões de dólares (208,3 milhões de euros).
Envolve também o estudo e reabilitação do eixo estruturante da EN230 e outros nós naquela zona, por 183 milhões de dólares (171,8 milhões de euros), assim como, na mesma estrada, o troço Viana/NAIL, por 287,7 milhões de dólares (270,2 milhões de euros).
O despacho presidencial em causa autoriza o Ministério da Construção a celebrar os respetivos contratos de empreitada e a "indicar as empresas angolanas a subcontratar", mas sem especificar quais as empresas envolvidas.
O novo aeroporto internacional de Luanda está em construção no município de Icolo e Bengo, a 30 quilómetros de Luanda.
Os acessos rodoviários são uma das várias obras contratadas a empresas chinesas relacionadas diretamente com a construção do aeroporto, cuja fatura ronda já os seis mil milhões de dólares (5,6 mil milhões de euros), desde a edificação e apetrechamento da infraestrutura aos acessos ferroviários.
A Lusa noticiou a 06 de outubro que o Governo angolano tinha voltado atrás, repensando a obra de construção da rede de estradas de acesso ao NAIL, cuja inauguração está anunciada para 2017.
Em causa está um despacho presidencial de 03 de outubro, consultado pela Lusa, e que revoga um outro, também assinado pelo Presidente angolano, José Eduardo dos Santos, de 05 de setembro, que autorizava o contrato para aquela empreitada, recuando o Governo por não serem trabalhos prioritários.
Para aquela obra tinham sido contratados os chineses da China Tiesiju Civil Engineering (CTCE), por 695,1 milhões de dólares (652 milhões de euros), entre trabalhos na Via Expresso e na ampliação e reabilitação do troço A4, da mesma estrada.
O novo aeroporto é descrito como um "projeto estruturante fundamental para a concretização da estratégia do Governo angolano, no que concerne ao posicionamento do país no domínio do transporte aéreo na região da África austral".
Duas das pistas foram concluídas em 2015, assim como a torre de controlo, decorrendo a construção dos terminais, que segundo o Governo angolano deverão receber 15 milhões de passageiros por ano.
O projeto é financiado por fundos chineses englobados na linha de crédito aberta por Pequim para permitir a reconstrução de Angola, depois de terminado um período de três décadas de guerra civil.