As duas aeronaves da TAAG, Boeing 777-200 tiveram, na noite de terça-feira, dificuldades em aterrar em Luanda, uma vez que a pista 23 do Aeroporto Internacional “4 de Fevereiro” se encontrava na altura impedida com uma aeronave do tipo Embraer com graves problemas técnicos.
Fonte do Jornal de Angola disse que a aeronave do tipo Embraer E120, matrícula D2-FET, da operadora Air Jet, com seis pessoas a bordo, proveniente de Cabinda, efectuou, às 18h46 uma aterragem de emergência, na pista 23,porque os trens não saíram.
De acordo com a fonte, os seis passageiros saíram ilesos, tendo o corpo de Bombeiros prestado assistência para a retirada das pessoas, bem como para a imobilização da aeronave, deixando a pista 23 fora de serviço.
O porta-voz da TAAG, Carlos Vicentes, disse ao Jornal de Angola que as duas aeronaves da companhia aérea de bandeira descolaram de Ndjili às zero horas de Angola, altura em que estavam reunidas as condições na pista do Aeroporto Internacional “4 de Fevereiro”, para receber aviões, sem sobressaltos.
Depois destes constrangimentos, o primeiro voo, com o registo DT 651, proveniente de Lisboa, com 185 passageiros, aterrou em Luanda há uma hora da madrugada de quarta-feira, enquanto o segundo que vinha de Joanesburgo DT 578, com 146 ocupantes, fez-se à pista dez minutos depois.
Sobre a razão que levou a companhia aérea de bandeira a optar por levar as suas aeronaves a aterrar de emergência em Kinshasa, quando podiam utilizar como alternativa alguns dos aeroportos internacionais dentro do território nacional, o porta-voz da TAAG remeteu a questão para a Empresa Nacional de Exploração de Aeroportos e Navegação Aérea (ENANA).
Carlos Vicente disse que a opção da TAAG em aterrar em Kinshasa tem a ver com normas e procedimentos estabelecidos pela Organização Internacional de Aviação Civil (ICAO), que define os parâmetros para que um determinado aeroporto tenha carácter internacional ou sirva de alternativo, quando o seu principal aérodromo esteja impedido.
“Não basta ser um aeroporto internacional para que seja considerado um aeroporto alternativo”, disse a propósito o porta-voz da TAAG, referindo-se aos aeroportos da Catumbela e Alba-no Machado, na província do Huambo.
TAAG assume custos
Carlos Vicente reconheceu que constrangimentos do género se traduzem em custos para a empresa e explicou que para um voo aterrar em Kinshasa, isso envolve custos que vão desde o parqueamento da aeronave e combustível, entre outros gastos adicionais, na maioria das vezes imprevistos.
Carlos Vicente disse que quando surgem anomalias, como a que aconteceu na terça-feira, a TAAG é obrigada a procurar opções nos aeroportos mais próximos de Angola .
Sobre casos de passageiros que eventualmente deviam efectuar voos de ligação, Carlos Vicente reconheceu que situações do género criam vários embaraços e constrangimentos, não só aos clientes como à própria companhia.
Frisou que quando há casos de passageiros com voos de ligação, a TAAG assume a responsabilidade, porque são normas internacionais e a companhia tem por obrigação salvaguardar os interesses dos passageiros.
Fonte do Jornal de Angola disse que entre 1996 e 2005 já aconteceram situações em que aviões da TAP e da Air France foram forçados a aterrar em Kinshasa, por mau tempo, em Luanda,”porque na altura, o sistema de rádio ajuda do Aeroporto “4 de Fevereiro” não era fiável para orientar os aviões a aterrar com segurança e precisão”.
No mesmo período, registou-se também em várias ocasiões o encerramento das pistas do Aeroporto Internacional “4 de Fevereiro”, devido a actividades presidenciais.
“É lamentável que países com extensão territorial mais pequenos que Angola possuem um ou mais aeroportos alternantes”, disse a fonte.